Conseguir adequar as contas no orçamento do mês já estava difícil, mas a partir de amanhã ficará pior. A conta de energia será reajustada para os usuários da companhia CPFL Piratininga – que inclui Jundiaí, Itupeva,  Louveira, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista – em média 24,81% para consumidores residenciais e 16,6% para as indústrias, uma média de 21,11%. O reajuste faz parte da revisão tarifária periódica e autorizado pela  Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel. O resultado será aumento dos preços dos produtos e mercadorias para o consumidor. Este é o segundo aumento do ano autorizado pela Aneel para a Companhia. O primeiro foi em fevereiro, em 29,2%.

Somente com energia para manter as geladeiras, freezers, expositores e maquinário funcionando na cafeteria, Célia  Trizzoti de Oliveira Santos gasta em média, nos últimos meses, R$ 1,8 mil. No ano passado essa conta não passava de R$ 1 mil. “Agora não terei como absorver esse impacto e terei de reajustar os preços dos produtos. No outro reajuste, inclusive  com as taxas adicionais da bandeira vermelha, foi possível segurar sem mexer nos preços. Desta vez não será possível, infelizmente”, conta a empresária.

A medida da proprietária do café, de acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Jundiaí, Regis Donatti Filho, será a mesma da maioria dos comerciantes. ” A CPFL determina e não há como o usuário contestar. Para os comerciantes, o jeito será repassar para os produtos”, contabiliza.

O segmento do comércio ainda terá nos próximos meses aumento adicional nas contas de energia pela ampliação dos horários de trabalho – por conta da aproximação do Natal -, uso do ar-condicionado e enfeites natalinos. ” Com o faturamento caindo, pressão para decidir sobre demissões ou contratação de temporários, o comerciante sofre mais uma pancada. O governo deveria entender e não repassar neste momento”, analisa o presidente do Sincomércio e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) Jundiaí, Edison Maltoni.

Na indústria, a medida é encarada como mais uma pedra no caminho. De acordo com o diretor-titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Jundiaí, Mauritius Reisky, a alta na conta de energia encarecerá o processo produtivo e, consequentemente, os produtos.” Com os custos maiores, perdemos a competitividade. Qualquer incremento nos custos, neste momento, é extremamente prejudicial”, analisa.

Oficial – A Autorização para o reajuste foi dada oficialmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na terça-feira (2o), com média de 21,11% na conta de luz dos 1,5 milhão de clientes de 27 milhões de municípios atendidos pela CPFL Piratininga. As novas tarifas entrarão em vigor a partir de amanhã.

Segundo nota encaminhada pela assessoria de imprensa da concessionária, a porcentagem foi homologada “pelo crescimento das despesas com a compra de energia da usina Itaipu, que é cotada em dólar, e do repasse dos componentes financeiros para as tarifas, reflexo de uma série de custos suportados pela empresa, como a energia de Itaipu, o risco hidrológico das usinas renovadas pela Medida Provisória 579 e os contratos de compra de energia nos leilões do governo” .

Fonte: Jornal de Jundiaí

Data: 22/10/2015

Autora: Luciana Muller